quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Vó DonaAna, a garrafa de querosene e a psicologia na educação

Um dia minha Avó “DonaAna” mandou um de seus filhos o Pedro Canário, comprar uma  garrafa de gás (querosene)  na mercearia...Naquele tempo lá  no sertão  a luz era na base do candeeiro de lata e de pavio. Deu-lhe a garrafa com tampa de rolha e falou para ele ter cuidado e não ficar colocando o dedo na boca da  mesma para não prender o dedo,  porque se o dedo ficasse “preso” no gargalo da garrafa, somente quebrando a mesma ela  se desprenderia, se soltaria.   Pedro Canário, menino danado , saiu para comprar o tal querosene, colocou a rolha de cortiça no bolso e enfiou o dedo na boca da garrafa...O fato é que antes de chegar na mercearia, o dedo indicador ficou "preso" na boca da garrafa...e ele não conseguia tirar o dedo de jeito nenhum....Tentou, tentou e nada...O tempo passou e ele voltou pra casa quase  noitinha, sem o querosene e com dedo enfiado na garrafa...Minha avó pegou o "arreador de bezerro" que tava pendurado na parede da sala e deu-lhe uma surra grande...Pedro, chorando bastante saiu correndo pegou um rolo de cordas de sisal que tinha no porão da casa, foi para o quintal  e já embaixo de um imenso flamboyant disse que ia "se suicidar". Minha  avó  então prometeu que se ele não se  “suicidasse" iria levar uma outra surra, pra deixar de ser besta.
Pedro Canário ficou por  ali choramingando, olhando pra corda, pro flamboyant e  para  a mãe na sacada do alpendre e já depois de anoitecer criou coragem para entrar na casa.
Dito e feito !
Vó DonaAna pegou o “arreador de bezerro” e deu-lhe uma surra muito maior que a primeira.
 Pois bem...o tempo passou, todos os filhos foram criados, tomaram seus rumos na vida e nenhum deles seguiu mal caminho que fosse...
Pedro Canário cresceu serviu o exercito e virou voluntário na II ª Guerra Mundial e morreu  aos 90  e tantos  anos de idade.
Hoje quando eu vejo os adolescentes passando por cima da autoridade dos Pais ou então os Pais não tendo coragem de exerce-la, penso na minha Avó, na Palmatória e no Arreador de Bezerro pendurados na parede da Sala.

Não  vou falar que essa atitude seja recomendável  no tratar e lidar com os  filhos nos dias atuais, mas sinceramente é melhor apanhar dos pais quando jovem do  que apanhar da polícia quando adulto.
Esse negócio do Estado querer intervir  na educação familiar hoje em dia,  me cheira a “Controle Social da Familia”, coisas de  um socialismo “mascarado”.


Texto: João Brito
Fonte: Histórias do meu Pai Sr.Severino Canario
Imagens:  Internet

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