Haviam muitas quadrilhas e Arraíás de São João espalhadas em diversos bairros da cidade do Natal em meados nos anos setenta e oitenta, sendo as mais conhecidas:
O Arraíá da Esmeralda em Potilandia, O Arraiá do Aquino no Cidade Satélite, quadrilhas das Ruas Jaguararí e Segundo Wanderley no Barro Vermelho, Alecrim, Cidade da Esperança , Bairro das Quintas e tantos outros...
Das antigas festas tradicionais restam ainda as festas de Santo Antonio na Igreja do Galo na Cidade Alta, a quermesse da Rua São João no bairro de Lagoa Seca em frente a Igreja(Foto) e a de São Pedro no bairro do Alecrim.
Afora essas festas profanas organizadas próximas às igrejas dos respectivos Santos do mes de junho, as outras eram bastante concorridas e muito divulgadas, chegando a receber diversos artistas de expressão, gerando muita atividade comercial temporária e muita diversão para a juventude da época. Algumas dessas festas duravam quase um mes inteiro.
Geralmente essas festas começavam numa rua isoladamente, através da iniciativa de amigos,conhecidos e familiares.
No caso da nossa quadrilha lá da Segundo Wanderley/Rua Cel João Gomes, a rua era completamente embandeirada, fogueira acessa nos dias das tres festas dos Santos; Santo Antonio, São João e São Pedro, comidas típicas (milho assado, cozido, canjica,pamonha) feitas pelas mães e amigas, birita de tudo quanto é qualidade (cachaça, batida, cerveja, etc...)levado pelos homens e rapazes. A festança rolava sabe-se lá até que horas e tinha direito a divulgação pelos canais de televisão e rádios da época. Geralmente os noivos chegavam em uma "Carroça de Burro" estilizada e aí começava todo o ritual de casamento com Padre, testemunhas e tudo o mais. Depois era a vez do Sanfoneiro, Zabumbeiro e Triangueiro mandarem muito forró, quando não um bom som de radiola com disco de vinil resolvia a questão.
Era figura cativa nesse mes de Junho o famoso Safoneiro "Zé Menininho", um dos símbolos das antigas festas de Sao Joao em nossa cidade.
Com os anos as quadrilhas foram pouco a pouco encerrando suas atividades, talvez pela desistência dos seus idealizadores por falta de apoio e tempo, outras ocupações e mesmo devido o crescimento da cidade. O fato é que as nossas tradições estão se acabando, não sendo transmitidas às novas gerações.
Texto: Joao Brito
Imagem: Blog
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