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segunda-feira, 1 de abril de 2013
A Bodega de seu Chicó Bernardino.
Na chã da Serra de Santana mais exatamente no municipio de Lagoa Nova / RN existe uma das últimas reminescencias de um antigo e típico comércio varejista: A Bodega. Transfixiando os séculos XX e XXI e três gerações, do meu avô Bernardino Sena,passando pelo meu tio Chicó Bernardino até o primo Manoel Medeiros, a velha e boa bodega vai persistindo e resistindo aos novos supermercados lá instalados e até as modernas conveniencias.
O diferencial é a confiança e fidelização da caderneta, da amizade, do bate-papo, tranquilidade e exclusividade no tratamento na hora da compra. Faz tempo, que na bodega não se vende mais nem cachaça nem cerveja desde os tempos de Tio Chicó, porém a variedade de artigos continua; de fio de pavio a lanterna, rapadura, artigos de armarinho, cereais, utensilios do lar, perfumes, desodorantes, bombons, papelaria, etc...
As cidades do interior não resistiram e acompanharam as tendencias e influencias do mundo globalizado, mesmo descaracterizando costumes e tradições, sem dó nem piedade.
Infelizmente a usura na fiscalização exigindo equipamentos de controle caros e dependiosos para o pequeno comerciante vai tornando cada vez mais inviável o pequeno empreendedor nesse país. A falta de critérios para se tratar com a realidade do pequeno comerciante é vergonhosa: muitos não tem condições de comprar e nem pagar os equipamentos e nem manter o caro sistema operacional/programa que eles exigem. As propagandas institucionais dos Governos Federais e Estaduais incentivando os pequenos empreendedores a saírem da informalidade são na verdade uma forma covarde de controle desses governos para aumentarem mais e mais suas arrecadações, encurralando e obrigando ao pequeno comerciante a pagar taxas e tributos absurdos e abusivos, em detrimento de uma contrapartida negativa de serviços à população (saúde, educação, segurança,etc...).
Texto: João Brito
Imagens: Blog
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