domingo, 27 de março de 2011

Confissões de um ex fumante.

Lendo uma reportagem sobre o tabagismo, ou melhor dizendo o "vício de fumar", aonde uma psicologa adentra na conotação médica da coisa, elaborando as razões e os "porquês" (ou não) desse vício, lembrei-me dos anos em que fui fumante e travei uma luta diária para (finalmente) deixar o vício. Deixei de fumar em 30 de Setembro de 1999. Lá se vão 12 anos. Fui fumante dos 14 até os 40. Antes tinha deixado de fumar por uns 03 anos initerruptos mas voltei ao vicio. Nas minhas contas fumei uns 23 anos.,
Minha história começa no Ginásio Batista do Natal:  como todo adolescente curioso achava interessante e bonito ver meus colegas fumarem.  Naquela época, inicio dos anos 70, não havia campanhas contra o tabagismo ou coisas assim...O mal exemplo era dado por nossos próprios ídolos do  cinema: James Dean, John Wayne e até alguns jogadores de futebol na época, como por exemplo Gerson que entre os intervalos das partidas (pasmem) fumava um cigarro na maior tranquilidade.  Tinha também uma propaganda na televisão sobre a marca de cigarro Vila Rica aonde ele perguntava: " Gosto de levar vantagem em tudo, certo ? "... que ficou conhecida como a Lei de Gerson...
Fumávamos escondidos é claro e as nossas marcas de cigarros preferidas eram hollywood e continental.
Assumi meu vício após os 18 anos e continuei fumante por longos 23 anos,
Interessante é que o fumante (inconscientemente) nunca pensa que o tabaco traga algum tipo de prejuízo à saúde: o prazer comanda a vontade de fumar e o cérebro metaboliza e trabalha em cima da preservação do vício.
Por muitas vezes tentei parar de fumar, jogando o maço de cigarros (com isqueiro e tudo) no lixo mas sempre e sempre retomava o vício.
Fumava um maço de cigarros (20) por dia.
Um belo dia chego num cliente e vejo uma publicidade contra o tabagismo na porta do escritório: eram 02 fotos, sendo uma com um homem saudável com sua esposa e filha em um parque e na outra o mesmo homem (ainda jovem) num leito de hospital, magérrimo, entubado também com sua esposa e filha.
Em uma outra oportunidade fui comprar um birô para escrítório e fui atendido por um senhor com uma cortina sobre a garganta e falando através de um aparelho. Finalmente meses depois vi em um posto de combustíveis um outro senhor na mesma situação. 
Entrou em cena um fator prepoderante para quem quer realmente parar de fumar: O medo da morte
Foi o medo de morrer de uma maneira tão agonizante que me fez parar de fumar.
Então comecei a  enviar mensagens ao  cérebro, do tipo "não quero mais fumar", "não gosto mais de fumar" e em pouco tempo fui me desinteressando pelo cigarro, até que um dia acordei e disse: é hoje, não fumo mais.  Não aceito mais que o cigarro comande a minha vontade.
Nesse dia, ao sentir vontade de fumar, tomava um cafezinho.  Sentia novamente vontade de fumar e tomava mais um café.  Foi assim durante todo o dia, até que enjoei do café e o substituí por grande goles de água gelada...Vomitei varias vezes...O dia passou,  fui dormir e no outro dia eu disse:
- Venci !
- Consegui passar um dia sem fumar !
- Nunca mais eu voltarei a fumar !
Continuei então a enviar essas mensagens para o cérebro e sepultei de vez a ânsia e o desejo de fumar.
Depois dessa grande luta cheguei à conclusão de que tudo é possível para o ser humano na medida em que ele decide  alcançar algum objetivo quando esse objetivo depende tão somente dele.
É preciso que você diga a você mesmo que você quer.

Texto: João Brito
Foto: Internet



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