quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Cú do Mundo.


A entrada da cidadezinha era pela rua principal, podia-se se chamar de avenida, pois devia ter uns 150 mts de largura e não havia calçamento nem nada, era tudo areia mesmo... No centro da cidade a Igreja Matriz, o prédio do mercado público e alguns pequenos comércios, as tais “bodegas” e uma delas foi do meu avô e depois foi assumida pelo meu tio Chicó . Posso afirmar com segurança de 100% que aquelas “bodegas” coladas umas às outras foi de forma concreta o primeiro “Shopping Center” que eu vi na minha vida...
Ficava impressionado com a largura da rua principal... era um exagero mesmo...
Naqueles anos a cidade vivia muito isolada... Quem chegasse de fora que tratasse logo de ir a um bar tomar umas e atualizar todo mundo com as notícias da Capital. Era assim mesmo. As Rádios que podiam ser sintonizadas eram as do sul do pais: Tupi, Globo e muitas outras... Mal se dava para ouvir alguma rádio da Capital porque o “sinal” mal conseguia chegar a não ser em algumas horas da noite...
Não tinha internet, emails e telefone celular, porém todo mundo vivia...Vivia-se muito bem e as pessoas tinham muito mais tempo para conversar, contar piadas, visitar e rever os amigos.
Meu avô, já com “as vistas curtas” morava bem em frente ao ex- comércio e ficava pra lá e pra cá conversando com um e com outro, principalmente em dias de feiras...
Quando eu ia passar as férias por lá ele me fazia sempre a mesma pergunta:
- Menino, que danado você veio fazer no cú do mundo?

Texto: João Bryto.

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