Sobre um Balcão já velho e bastante surrado, Seu Heraclito servia as doses de cana para os usuários habituais que frequentavam a sua bodega; Chico Piúba, Zé, João Preto e outras personagens que fizeram parte da minha adolescencia. Isso era lá na Rua Meira e Sá, no BarroVermelho.
Foi lá também que tomei minhas primeiras cervejas juntamente com Aderbal Camarão, meu distinto colega do Ginásio Batista e fumei meu primeiro cigarro "Hollywood". Fumava escondido, é claro.
A Bodega vendia de tudo um pouco: pães, bolachas, biscoitos, arroz, feijão, farinha, açúcar, fubá, fosforo, querosene, óleo, café em pó, sardinha e carne de conserva em lata, galeto abatido (inteiro ou uma banda) refrigerante, leite Clan no saquinho, sabonete e pasta de dente, sabão, papel higiénico e principalmente cerveja e muita cachaça. Tira gosto tinha, mas só se fizesse o pedido e D. Mena tivesse a fim de fazer. Na falta abria-se uma lata de sardinha ou carne de conserva.
Seu Heráclito era homem de poucas palavras; preferia escutar e deixar o cigarro ficar fazendo fumaça no canto da boca, no lado esquerdo do beiço.
De uma coisa ele se orgulhava: a brahma que ele servia era a mais gelada de Natal. A velha geladeira de duas portas não deixava a peteca cair. Nunca.
P.S.: Deixei de Fumar ha 12 anos, graças a Deus.
Texto: João Brito
Foto Ilustrativa. Fonte: Internet
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